segunda-feira, 18 de julho de 2011

98 o Flanelinha - Perfil

Todo mundo que vive em grandes cidades, ou melhor, qualquer pessoa que tem um carro já se deparou com um cara assim. O flanelinha, aquela figura mítica que surgiu e se tornou comum principalmente nos estacionamentos em estádios de futebol, rompeu essa barreira e se alastrou por todos os pontos das cidades como a própria peste.

Uma prática que muitos brasileiros se acostumaram, assim como a corrupção, todo mundo sabe que é errado, mas permanecem coniventes.

A ação desses pseudo-profissionais é baseada numa coisinha chamada extorsão. Diversas vezes conheci pessoas que diziam: “Eu pago o flanelinha porque não quero que ele risque meu carro”. Pagar para evitar um crime é extorsão, sempre foi e sempre vai ser, é o mesmo que entregar o seu celular durante um assalto para não perder a vida, a diferença é que o flanelinha te suga míseros centavos numa ação de prevenção que não existe.

A pergunta é: O flanelinha pode realmente proteger o seu patrimônio? Ele será capaz de impedir que um ladrão quebre o vidro do veículo e tire o que puder? Jamais, mas preferimos pensar no contrário.

Eu por exemplo fui ameaçado por um deles ao sair de um bar aqui mesmo em Maringá, não me esqueço das singelas e simples palavras desse “humilde” profissional liberal da segurança patrimonial:

- Se da próxima vez cê não tiver 3 real eu não vou ser seu amigo seu filho da puta.

Lindo não é?

A criação de 98 o flanelinha foi antes dessa ocasião memorável. Ocorreu no ano de 2009, quando eu cursava o 3º ano de jornalismo na Faculdades Maringá, no mesmo período que a Prefeitura estava distribuindo coletes e oferecendo cursos preparatórios para flanelinhas.

Lembro-me de uma reportagem publicada na capa do jornal O Diário do Norte do Paraná, denunciando o revezamento de coletes entre flanelinhas. O que me chamou a atenção foi o número estampado naquele colete verde musgo, enorme em papel jornal “98”. Essa reportagem fez com que o programa municipal de capacitação fosse encerrado (enquanto nós pobres jornalistas não temos a obrigatoriedade do diploma).

Por isso decidi tomar esse número para mostrar o quanto estamos cegos para esse crime contra o bom senso e a segurança pública. Meu objetivo é pelo meio do entretenimento provocar a denúncia e quem sabe jogar uma luz em toda a população (ou apenas naqueles poucos que acessam meu blog, que são poucos) para que assim como eu possam dizer: “Não”

Nenhum comentário:

Postar um comentário